quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Regras de ouro do investimento

1. Compre na baixa e venda na alta.
É a mais óbvia de todas, mas que pode ser de difícil aplicação prática.
Principalmente os principiantes, mas também os mais avançados, podem ser impelidos pelo contágio psicológico do momento a vender suas posições nos momentos de tormenta financeira e a comprar indiscriminadamente nos períodos de bonança econômica. Com isso, acabam seguindo o humor do mercado, comprando em períodos de alta e vendendo em períodos de baixa.
Para os iniciados no assunto, o grande dilema que se impõe é o momento oportuno de comprar e vender. Como saber se uma ação atingiu o seu piso ou o seu pico de valor? A indecisão pode levar à venda prematura de suas posições sem que se aproveite um período de alta prolongada.
Isso só pode ser em parte atenuado com um estudo dedicado do mercado e da conjuntura ecônomica de curto e longo prazos.
2. Diversificar seu portfólio.
A diversificação é a melhor maneira de minimizar o risco de grandes perdas financeiras.
Lembre-se que quanto menor o "rating" de uma determinada empresa, maior é o risco da operação, mas também é verdade que maior será o retorno esperado. Portanto, evite investir a maior parte de seu capital em ações de risco ou em meia dúzia de empresas na tentativa de obter ganhos acima do mercado, pois o resultado pode ser desastroso.
Para as pessoas que não dispõem de tempo ou de grandes somas de dinheiro para investir, a melhor opção são os fundos de investimento, por exemplo, atrelados ao índice Bovespa. Dessa forma você não precisa se preocupar em acompanhar seu estoque de ações, tampouco fazer ajustes periódicos neles, uma vez que o fundo se encarrega disso para você. Além disso, é possível diversificar investindo uma pequena soma de dinheiro. A compra de uma ampla variedade de ações requer geralmente um aporte elevado de capital.
Aplique parte de seu dinhero em renda fixa, como títulos do Tesouro, de forma a ter uma garantia de retorno de parte de seu investimento quando o mercado de ações cair.
Aqui vale uma regra simples e eficiente. Divida seu investimento em renda fixa e variável na faixa de 25% a 75%. Ou seja, aplique até 75% do capital em renda fixa e o restante em renda variável. Varie essas porcentagens de acordo com os ciclos econômicos de crescimento e recessão. Com isso, você consegue amortizar possíveis perdas e ao mesmo tempo aproveitar os ganhos nos períodos de alta.
3. Não existem regras, tendências ou padrões pré-estabelecidos de comportamento do mercado.
Até hoje ninguém foi capaz de codificar qualquer padrão de comportamento do mercado, pela simples razão de que se existisse algum padrão, mais e mais pessoas passariam a segui-lo, anulando-o.
Lembre-se que o mercado é um construto social e como tal não obedece a nenhuma regra natural ou mesmo transcendental. Portanto, siga sua intuição e suas próprias conclusões. Não se deixe levar pela onda passageira, senão você pode acabar refém do humor do mercado, vendendo na baixa e comprando na alta.
4. A regra do P/L, simples e eficaz.
Atualmente há muitas formas de ánalise disponíveis, seja por meio de técnicas fundamentalistas e gráficas ou até mesmo através da "quiromancia".
Além disso, as atuais regras das S.A.'s e o avanço da normatização e padronização das regras contábeis, somadas com o advento da Internet, tornaram as demonstrações financeiras das empresas mais transparentes e acessíves para uma ampla fatia da população. A partir desses resultados, é possível realizar uma análise crítica e profunda das empresas. E a fórmula Preço/Lucro é de grande valia nessa tarefa. Pela fórmula, o preço da ação é dividdo pelo lucro da companhia. Quanto menor esse valor, mais atraente a empresa se encontra para compra, pois seus papéis estão "baratos". Caso contrário, para um P/L elevado, o valor da empresa está alto, já que o retorno (lucro) por ação está baixo.
Vale lembra que essa fórmula pode ser utilizada tanto para ações individuais, quanto para índices de mercado, como o Ibovespa.
5. Estude os fundos de investimento e corretoras antes de ingressar em um deles.
Muita atenção na hora de escolher uma corretora. Para investir diretamente em ações (homebroker) é preciso se cadastrar em uma. No Brasil não é possível comprar ações diretamente em Bolsa sem intermedição.
Há corretoras que cobram taxas elevadas de administração, entre 4% e 5% do valor investido, para aplicação em seus fundos. Dessa forma, você já sai com a obrigação de obter ganhos acima de 5%, sem considerar as taxas da Bovespa, o I.R. e as transferências eletrônicas de dinheiro. Já os fundos de performance cobram taxas adicionais de performance, como o próprio nome diz, e muitas vezes suas performances estão abaixo da média de mercado. As tarifas do Homebroker também variam muito de corretora para corretora. Portanto, o melhor é pesquisar bem antes de investir.
É importante ressaltar que no longo prazo nenhum fundo de investimento, seja ele agressivo ou conservador, consegue bater o índice de referência de mercado. Entretanto, o oposto é verdadeiro. Muitos fundos acabam com uma performance inferior ao índice Bovespa. No curto prazo podem até apresentar rendimentos elevados, muito acima da méda, iludindo os incautos. Portanto, vale relembrar o item 2 acima, caso deseje investir e não tenha tempo suficiente para estudar o mercado com afinco, invista em fundos atrelados ao índice Bovespa de corretoras ou bancos que cobrem taxas de administração razoáveis. E cuidado com os fundos setoriais (infra-estrutura, energia, tecnologia, etc), que podem apresentar resultados abaixo do mercado.
6. Adote um olhar e um comportamento de um investidor profissional.
Mantenha o olhar no horionte de longo prazo. Tenha consciência de que perdas são inevitáveis, mas transitórias. Ao longo do tempo, acompanhando o crescimento do índice Bovespa, é possível notar que ele só cresceu desde seu princípio. Não poderia deixar de ser, já que a economia durante todo esse período também experimentou crescimento e continuará a crescer no futuro. Mas não estará livre de sobressaltos e ciclos econômicos, que são inerentes do capitalismo.
Tenha sempre em mente que o mercado é um sujeito que está sempre tentando comprar e vender ações de você. Mas que a decisão de fazê-lo ou não é inteiramente sua, independentemente dos apelos e tentações existentes.
Nunca se esqueça que sempre vai existir alguém com uma história de sucesso incomum que lhe rendeu ganhos extraordinarios. Mas essas mesmas pessoas não vão lhe dizer que também tiveram grandes prejuízos. Por isso, não se deixe cair no canto da sereia. Até os gahadores do Nobel já quebraram fundos de investimento administrados por eles próprios. Portanto, a regra é que não há regra e o seu sucesso depende inteiramente de você mesmo, e de seu conhecimento, sua dedicação e sua experiência.
Na Bolsa, o importante não é maximizar os lucros, mas obter retornos próximos aos almejados e evitar perdas acima da média de mercado.
Nunca é demais lembrar que quanto maior o retorno, maior é o risco da operação e, conseqüentemente, de um tombo espetacular.
Por fim, leia obrigatoriamente "The Intelligent Investor", escrito por Benjamin Graham, que foi a minha fonte de inspiração para escrever esse texto. O livro é recomendado por ninguém menos que Warren Buffett.
De minha parte, espero que de alguma forma tenha sido útil e uma fonte de inspiração para os investidores.

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